domingo, 28 de outubro de 2012

Mostarda, alfajores e Hepatite C


Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas.
 (Sun Tzu)

   Agora só faltam 5 meses! 
   Com esta constatação "positiva" enfrentei minha quarta injeção de Interferon, uma das armas que disponho para enfrentar o "flavivírus", vírus da Hepatite C. O tratamento será de 6 meses. Quando pensei que "só" faltam cinco meses, agora, lembrei do cara que despencava do 20º andar de um prédio e ao passar pelo 5º pensou: - até aqui vai tudo bem!
   É uma luta de vida e morte, realmente. Quando digo isso, não estou propagandeando a minha capacidade de enfrentar situações adversas nem a exibir coragem. Apenas tento relatar o dia a dia de uma luta contra a morte, como uma forma de enfrentar esse vírus letal.

HEPATITE C MATA!

   Saber que tenho circulando pelo meu sangue um vírus que se multiplica rápida e constantemente atacando o meu fígado, necrosando-o até levá-lo à cirrose e ao câncer, não é uma boa coisa. Ficar inerte a isso também não! É necessário reagir, não só com os remédios mas com atitudes de enfrentamento e combate. Acredito que o primeiro passo para o enfrentamento seja o conhecimento da doença. Me preparei para isso. Busquei na literatura médica todas as informações sobre o meu inimigo e quais as melhores formas de combatê-lo. Me imagino preparado!

   O embate
    O conhecimento do inimigo, o uso das armas corretas para combatê-lo e manter a "moral da tropa" elevada, são condições fundamentais para se vencer a batalha. A questão de manter a moral elevada, não sucumbir aos ataques e aos efeitos colaterais dos remédio é uma coisa complicada.
   Os remédios - Interferon Peguilado e Ribavirina - são fortes e produzem efeitos colaterais também fortes no organismo. O medo dos efeitos colaterais, principalmente do Interferon, é um dos grandes problemas para pacientes que vão iniciar o tratamento.
   O medo é uma arma a favor da doença. Outro problema é o enfrentamento público de se assumir a doença. A carga de preconceitos em relação à Hepatite C se assemelha à da Aids. Esconder que se é portador do Flavivírus não ajuda em nada no tratamento.
   A Aids ainda é a doença que mais preocupa quando se fala em doenças sexualmente transmissíveis. Mas a Hepatite C deveria receber uma atenção especial neste momento. É epidemia mundial.
   Estudos feitos nos Estados Unidos comprovam que a Hepatite C mata mais que a Aids hoje em dia. No mundo, morre uma pessoa a cada 30 segundos, infectada com Hepatite C.

   Fechando o mês
    Bem, o fechamento de um mês de tratamento foi comemorado com alfajores Havana e mostarda de Dijon. É...a mistura parece esquisitam mas foram regalitos que trouxe de Buenos Aires para presentear a meninas da equipe de enfermeiras, ténicas em enfermagem, farmacêutica, estagiaria e médica, que me trata no hospital Nereu Ramos.
   Vou até lá uma vez por semana para tomar o Interferon, a Ribavirina tomo diariamente em casa. O ambiente do ambulatório é extremamente agradável, por incrível que isso possa parecer. Hospital, a princípio, não deveria ser uma coisa agradável.
   A equipe que me atende é composta de pessoas atenciosas, simpáticas e me tratam com carinho, longe da frieza técnica que caracteriza os atendimentos da saúde em todo o país.

   Só bronquite
   Hospital é lugar de problemas. Doenças, acidentes e dores. No geral, o humor de pacientes hospitalares não é dos melhores, na verdade é dos piores!
   Nesta última ida ao ambulatório presenciei uma cena interessante. Quando cheguei na sala de espera o stress já corria solto. Um senhor, magro, alto, em tratamento também, falava alterado, reclamava de confusão de datas e injeções e dirigia suas grosserias para a enfermeira chefe. A profissional tentava acalmá-lo e tirar suas dúvidas a respeito de algum procedimento mal compreendido.
   Como diria a Zoara Yonara: - Difícil prá aquarius!
   
   Comecei a observar as atitudes da pessoa e percebi que estava entupido de química e eram os remédios que estavam ali se manifestando. Assisti ao Interferon se apresentando na sua melhor perfomance. Um horror!
   Cada vez mais irritado, o paciente impaciente, distribuia impropérios, agora, para toda a equipe de atendentes. Percebi a importância de se saber que, principalmente, o Interferon, nos deixa irritados, exacerbados e com baixa tolerância. Sem dúvida que muita coisa também vai do temperamento de cada pessoa. Se já é estressado, provavelmente terá esse defeito ampliado. Mas não se conhecer e muito menos os efeitos colaterias do remédio, nos leva a sucumbir à química.
   Uma roubada!
   Diante do show acabei me envolvendo emocionalmente na história. Tomei partido a favor da equipe agredida, comecei a achar que o paciente já estava passando dos limites e, liberando minha parcela de irritação proveniente do Interferon pensei:

- Um cara desses, ou tu dá um tapa ou tu perdoa!
Resolvi perdoar! 
Agora só faltam 5 meses!

domingo, 21 de outubro de 2012

Urucubaca interferônica?


   Dia 19, tomei minha terceira injeção de Interferon. Já relatei aqui os devastadores efeitos colaterais da medicação para combater a Hepatite C.   Como da segunda vez, os efeitos colterais foram bem menores, sem febre, apenas algumas dores nos músculos e juntas, descompensação motora e mental. Suportável. O meu organismo já reconhece o Interferon e dá uma liberada para o cara passar batido. Vai lá "fofocar" para as defesas que tem um corpo estranho na parada, fica avisando.
   Um dos efeitos colaterais mais relatados por pacientes é a irritação. Falta de paciência e explosões de irritabilidade. Comecei a experimentar esses efeitos. 
   Há anos pratico um processo de auto conhecimento com reflexões constantes sobre minhas atitudes, como uma forma de me tornar uma pessoa melhor. Agora, com o tratamento, fico atento a todo o tipo de reação que possa ser decorrente dos remédios e que não fazem parte do meu temperamento.
   Está funcionando! 

   Ontem à tarde, ao escuta um ruído de cerâmica quebrada tive uma explosão de irritação e subi correndo as escadas da minha casa para desabafar em cima do pedreiro que faz uma reforma no piso superior.
   No meio do caminho parei e pensei: - Não, esse não sou eu, esse é o remédio. A coisa estava superdimensionada.
   Respirei fundo, entrei no banheiro e observei o piso e o revestimento da parede que já estava quase todo colocado. Elogiei o trabalho do Aldori, o pedreiro, e percebi que a cerâmica havia sido quebrada de propósito para completar um meia parede. 

   Urucubaca interferônica?
   Na sexta à noite, minha filha amassou porta e paralamas do carro ao "roçar" no muro de entrada de casa. Estrago feio!
   Na manhã seguinte saímos para buscar um perfil de granito que havia mandado fazer para acabamento de uma parede. Coloquei o perfil entre os bancos do carro e no primeiro solcavanco a pedra se partiu ao meio. Pensei: - é muito acidente em pouco tempo. Preciso de um banho de sal para tirar essa urucubaca!
   Não acredito em sorte, maré de azar, olho gordo e outras fantasias tais, mas percebo que o Interferon nos deixa propensos à negatividade, ao pessimismo
   Cheguei em casa e fui ajudar o pedreiro a remover umas lâminas de vidro temperado (blindex) do box do banheiro. Pensava naquele banho de sal quando virei o vidro para o lado e ele se partiu em milhares de pequenas pedras...de sal! Pareciam pedras de sal, tudo aos meus pés!
   Bem, recebi este último acidente "urucubacozo" como o banho de sal que estava precisando para tirar a "maré de azar". 
   De lá para cá não quebrei mais nada!

   Tem coisa pior
   Há pouco fui fazer umas fotos da Feira do Cacareco que acontece aqui no atrio da Igrejinha de São Sebastião, no Campeche. Encontrei um grande amigo que não via há tempos. Havia comprado um barco e...velas ao vento! Andava pela Bahia se preparando para uma boa volta pelos mares do mundo. Nos falávamos, às vêzes, pelo FaceBook.
   Me contou que, antes de partir por outros mares, resolveu voltar a Florianópolis para instalar a sua máquina de lavar roupas no barco, terminar um tratamento dentário e fazer um chek-up médico. 
   Descobriu que tinha um Linfoma de Hodgkin, forma de câncer no sistema linfático. Me relatou os terríveis efeitos colaterais resultantes da sua primeira sessão de quimioterapia e rapidamente me fez mudar de assunto. 
   Estava pensando em me queixar de um mal estar que havia sentido há pouco por causa da Ribavirina que tinha tomado.

   Bobagem, tem coisas piores!

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Me sinto bem esta manhã


   Acho que ouvi esta frase em um filme do faroeste americano quando era piá. A cena que sempre me vem à cabeça é de um cowboy descendo as escadas de uma grande casa, estilo ...E o vento levou, sentando-se à cabeceira da mesa do café, já ocupada por várias pessoas, e proferindo a frase:

- me sinto bem esta manhã!

     Havia levado um balaço em um duelo dias atrás e estava convalescendo. Espero que tenha se recuperado bem. Naquela cena, ao menos, disse que estava melhorando.

    Pois eu também me sinto bem esta manhã! 
    A expectativa dos terríveis efeitos colaterais da segunda dose de Interferon que tomei na última sexta-feira, não se confirmaram. A febre, que se manteve em 39,5 durante 7 horas, na primeira aplicação, desta vez simplesmente não deu às caras. Maravilha! Senti uma leve dor no corpo, uma certa indisposição e me enfiei na toca. Dormi e acordei, às 6h da manhã de sábado, disposto e me sentindo bem na manhã!
   Comi algumas frutas e fui fazer uma caminhada. O Campeche é uma praia maravilhosa. Linda e ainda com alguma coisa preservada. O esforço para destruir o que resta de natureza aqui é grande, mas eles chegam lá. Com a administração Dário Berger, dirigida por empreiteiros, logo o Campeche atingirá o status das praias do norte da Ilha: um inferno de concreto com milhares de pessoas poluindo o mar e sem acesso à areia. 

   Os brega
   Ouço das pessoas, as vezes, comentário estéticos sobre a voracidade construtiva dos Berger. Comentam que são "bregas", e adotam um estilo americano, tipo Miami, para a Ilha de Santa Catarina. Bobagens! Não existe estilo na administração Berger. Existe sim, uma volúpia pecuniária de acumulação constante de dinheiro para financiar os projetos de poder da família.
   Agora a "moda" é plantar palmeiras por toda a cidade, bem ao estilo Miami. Não me desagradam as palmeiras. Mas isso acontece, não pelo estilo como pensam alguns, acontece  porque alguém está ganhando dinheiro na função de vende/compra palmeiras.    Um exemplo do "gosto" dos Berger é o mini campo de golfe contruido dentro do gabinete de prefeito, apeado do poder, de São José, Djalma Berger. Jogar golfe "é chic". 
   Afe!!!

   Caminhada
   Não andei na areia à beira-mar, fui pela Av. Campeche em direção à Pequeno Príncipe. A avenida está em petição de miséria. Totalmente esburacada e com barro por todos os lados. O asfalto foi arrancado, há meses, para as obras da rede de esgôto que a Casan está contruindo, bem em frente ao bar do Abel, no turístico e badalado Riozinho.
   Dali sairá um "emissário clocal" que jogará merda no oceano depois da Ilha do Campeche. Vão conseguir poluir a, talvez, única praia limpa de mar aberto da Ilha de Santa Catarina. 
   Mas, depois, com o asfalto pronto, pintado, sinalizado, ninguém lembrará dos meses de transtorno e sujeira que viveram com as morosas obras. Tudo faz parte de um plano: o "tapete preto" chegará à Av. Campeche dias antes do segundo turno das eleições. 
   Apostem!

   Obras de ocasião
    
   Bem, continuei pela Av. Pequeno Príncipe em direção à praia. Caminhei pelo novo calçadão, também construido às vésperas o primeiro turno das eleições, ainda inacabado, com aquele poste fincado bem no meio do cruzamento com a Av.Pequeno Príncipe.
    Fui até a praia, fiquei observando o mar e a nossa bela Ilha do Campeche. Respirei fundo, inspirei, levantei os braços, enchi os pulmões daquele ar que imagino puro, prendi até sentir uma tonturinha e depois soltei lentamente liberando com ele algum peso ou pensamento indignado que ainda estava rondando dentro de mim. Saí leve de volta à Av. Pequeno Príncipe. 
   
   Caminhei rápido, quase correndo, paralelo ao campo de pouso onde Antoine de Saint- Exupéry  aterrisava seu avião de passagem para Buenos Aires transportando correspondências e encomendas do correio aéreo francês.
   Ao chegar na esquina com a Rua da Capela dobrei à direita. Antes observei o "menir", plantado pela aeronáutica, e o parquinho infantil construido, dias antes das eleições, pelo Lela, intendente do Campeche. Lela foi  candidato, eleito, a vereador de Florianópolis.
Ruaaa....
   Bem, antes de entrar na minha rua, curti a Primavera do vizinho Valmir, que está maravilhos. Sempre está! Depois fui tomar um banho e me preprar para buscar a Luisa, minha neta, para o nosso café matinal de todos os sábado.

   Cheguei na casa da Luisa e  ela já me esperava ansiosa. Saímos logo, quase sem se despedir da mãe que observava, com uma ponta de ansiedade, aquele despreendimento da filha tão pequena rumo ao...desconhecido! Callejera como o avô!
Pão de queijo com suco! Hmmm...
   Nos divertimos, comemos pão de queijo, tomamos suco de laranja e rimos das bobagens e palhaçadas que eu fazia e ela repetia. A risada dela é algoooooo! Uma alegria espontânea sem igual! A gente curte muito juntos!

   Bem, os efeitos - aqueles - dos remédios estavam cada vez mais longe. Fiquei contente de o meu organismo ter reconhecido o Interferon, na segunda dose, e me livrado do sofrimento da reação de defesa. 

   Estamos jogando juntos eu e ...o meu coração!

Revoada pela cidade



   Ontem foi a primeira vez que voltei ao centro da cidade depois de iniciar o tratamento para hepatite C. Fui visitar os vícios!
   Primeiro, uma reunião na Biblioteca Pública, aliás, exitosa. Depois, fui descendo displicentemente a rua Tenente Silveira em direção à Praça XV. Observava as gentes na cidade. Apressados, sem pressa alguma, trabalhando, em frente às vitrines olhando as modas, descendo do amarelinho, saindo do prédio, com processos para tirar cópias xerox...enfim, gentes no centro da cidade.
   A temperatura amena da primavera me dava uma sensação de agradável leveza. Me sentia bem naquela tarde. Um pouco meio alegre demais, coisa quase beirando um certa euforia. Seria saudades da cidade? Gosto de Florianópolis! Cheguei a desconfiar que, a maravilha toda, poderia ser efeito do monte de remédios que estou tomando diariamente.
   Ri...e pensei: se o tratamento for assim, até que está bom. Um pancadão de dor e ranger de dentes entremeado com momentos de puro prazer...hummm, belezma!
   Sem foco
   Atravessei o largo da Catedral com alvo na esquina do Bar Roma, na Hercílio Luz. Ali, dobraria à direita rumo à Kibelândia. Manter o foco com essas químicas na cabeça não é lá uma coisa muito fácil. Sou disperso, é da minha natureza, penso várias coisas ao mesmo tempo e executo outras tantas impensadas.
   Em meio ao trajeto fui sugado pela portinhola colonial açoriana que abriga, em uma peça de 2x2, um "clandestino" jogo do bicho. Um balcão baixo com duas atendentes loira simpáticas. Fui direto à garrafa do café. Agora tomo café. Disse a Rochele, enfermeira que cuida do meu tratamento, que o café protege o fígado...me deixa ligado também!
   Joguei no 517, no 811, e no número do prontuário do início do tratamento. Caixão pro Billy! Morto e número de prontuário não dão dinheiro prá ninguém. Melhor seria ter dado uma sestiada e buscado um número nos sonhos. Fézinha feita, atravessei a rua e fui para a lotérica praticar o jogo legalizado, bancado pelo governo.

   O amigo
   Cumpri toda a liturgia, da Mega-Sena acumulada à Loto Fácil, que de fácil nada tem. Na saída escutei um grito, Canga! Canga! Parei, virei para trás e reconheci o amigo. Magro, alto, cabelos brancos e com um rosto radiante. Estava feliz!
- Olha só Canga, acabei de pegar o resultado do meu último exame de sangue: Zerei!!!! Zerei!!!!
   Falava sobre o tratamento para Hepatite C. Nos conhecemos de longa data. Trabalhava com artesanato e volta e meia aparecia na Kibelândia. Certa feita me pediu a conta do Bradesco emprestada para receber uma grana do Mato Grosso. Gente boa!
   Depois de muito tempo nos encontramos, há duas semanas, no Hospital Celso Ramos. Aí fiquei sabendo que ele já estava há alguns meses se tratando para matar o bicho da hepatite.
- Agora só faltam 7 meses e acabou! Me disse alegre e com aquela sensação de vitória que nada supera.
   Me falou de mais um monte de efeitos colaterais que eu ainda iria experimentar como queda de cabelo e escamação da pele, me deu um abraço e desceu feliz da vida a Fernando Machado. Quando cheguei no Roma estava o amigo, de novo, comendo um sorvete de máquina que agora vendem ali na esquina. A Rochele me falou que sorvete é uma coisa boa para se comer durante o tratamento.    Cumprimentei novamente o amigo e passei batido. Já havia ouvido o suficiente sobre a doença naquele dia.
   Cheguei na Kibelândia e a casa já estava aberta. Passei o "boletim médico" do meu tratamento para os habitués e fui para a minha mesa tentar escrever uma matéria para o blog.
- Canga! Vou ser avô!  Me comunicou o Dr. Heitor da sua mesa. Me contou, feliz, que o seu filho pegou um avião em Sampa e veio especialmente comunicá-lo de que seria avô. Estava contente e me fez contente também.

   A caminhada
   Não consegui muito progresso na matéria que tentava escrever, faltava concentração. Recolhi a redação do blog por volta das 17:30h e parti para o Campeche com a firme determinação de dar um boa caminhada pelas ruas do meu bairro.
   Passei na casa do amigo Marcos Bayer e saímos Av. Campeche afora. Velocidade mediana e conversa rápida. Analisamos o processo eleitoral, o primeiro e o segundo turno das eleições passando pelo julgamento do Mensalão.
   Quando estávamos na Av. Pequeno Príncipe paramos em frente a um restaurante de comida japonesa e, inadvertidamente, convidei o Marcos para comer uns sushis/sashimis. Convite feito, convite aceito!    Ficamos mais uma hora discutindo os rumos políticos do país, comendo peixe cru com água de côco.
Com o fracasso da "empreitada saúde", na saída do sushi achei que estava muito longe de casa para voltar caminhando, voltei de carro com um vizinho.
   Fim de carreira...

Eleições, amigos e uma tarde maravilhosa



   O dia que começou meio encardido e acabou derivando para a beleza de uma tarde primaveril. Ainda sinto a "ressaca" da primeira dose de Interferon, mas estou bem melhor.
   Tarde preguiçosa. Estávamos, Gisa e eu, sentados na grama do páteo esperando a Isadora para votar quando presenciamos uma revoada de cupins perseguidos e devorados por inúmeros passarinhos. Interessante!
   Praticamos nosso dever cívico bem aqui ao lado de casa, no Grupo Escolar Januária Teixeira da Rocha. Família unida vota unida!
   Luisa votando pela primeira vez
   Votar, para mim, é um momento solene. Sempre levei os meus filhos, quando pequenos, para votar comigo na cabine eleitoral. Desta vez a premiada foi a minha neta Luisa. Votou duas vezes, com a mãe e com o avô.
   Momentos antes de irmos votar recebi um telefonema muito legal. A pessoa que ligava, prefixo 55, quase não conseguia falar de tanto que chorava.
- Canguita querido...estou na frente do teu apartamento...aqui na Jacinto Gomes, em Porto Alegre...fiquei abalado com a notícia da hepatite C...
Era o Clóvis, grande amigo, irmão, de Santa Maria (RS) que ao passar em frente ao apartamento que morei, quando de passagem por Portinho, se emocionou e me ligou. Acalmei o amigo e falei que era penas um tratamento e que na verdade não iria morrer por agora, pelo menos isso não estava nos meus planos. Rimos bastante e desliguei com uma sensação de leveza e alegria de saber que tenho amigos de verdade que me tratam com afeto e carinho. Muito bom!
   Logo enseguida recebo a visita do amigo Dario de Almeida Prado Jr. Dario, que derrotou estoicamente um câncer tempos atrás e veio me ver e saber como estava me sentindo neste começo de batalha. Conhece o babado.
   Conversar com o Dario sempre é uma alegria. Jornalista experiente, homem mundano, sempre tem boas histórias para nos divertir. E foi nesta toada que engatou uma história acontecida em Salvador, Bahia, num período da sua vida em que andou morando por lá.
    Conta Dario, que morava na casa de Mariozinho Cravo - desenhista, pintor, poeta e escultor pertencente a primeira geração de artistas plásticos modernistas da Bahia - quando seu amigo recebeu um fotógrafo francês que vinha ao Brasil fazer um trabalho sobre Salvador. Segundo Dario, o equipamento do fotógrafo era o que existia de melhor e mais moderno na época.
   O equipamento acabou sendo roubado da casa de Mariozinho Cravo. Levaram de tripés à câmeras Laika. O valor do roubo era incalculável!
   Nesse dia, Mariozinho Cravo conseguiu juma coisa incrível, graças a influências de sua tradicional família nas terras do então coronel Antonio Carlos Magalhães: que fosse publicado nos jornais, transmitidos nas rádio e TVs de Salvador, uma nota pedindo aos ladrões que devolvessem o material roubado e que ainda receberiam uma "indenização".
Sentindo-se acuados pela dimensão da divulgação do roubo os ladrões colocaram fogo em todo o equipamento do francês.
   Uma verdadeira tragédia. O fato foi noticiado pela imprensa com fotos de Laikas e materiais fotográficos transformados em carvão. Genial, Mariozinho Cravo fotografou e fez esculturas com o material incinerado. Uma das fotos foi o flagrante, em B, do temporizador em movimento de uma das máquinas fotográficas incineradas, que ainda funcionava.
    As fotos e as esculturas viraram uma exposição em São Paulo que rendeu o dinheiro suficiente para o amigo francês comprar todo o equipamento fotográfico novamente.
Finalmente fui votar. Quando estou voltando recebo um e-mail no celular. Meu amigo Les Paul e seu querido pai, Dr. Paulo Medeiros Vieira avisam: ...guardando 6 garrafas de um portugues bom pra caraglio com quase 15° pra secar a boca de costela. No final da jornada vamos abri-los em grande estilo. Abraço com a fé que me move do Paulao et Famiglia

Por falta de amigo não morro tão cedo!

O primeiro Interferon a gente nunca esquece

Eu, Gisa e Ana Laura na sala de espera do hospital


Quase não consigo escrever!

Meus dedos, trêmulos, pouco obedecem os comandos cerebrais. Uma coisa fácil que venho praticando dioturnamente durante a maior parte da minha vida exige, agora, um supremo esforço para ser realizada.
A confusão mental, fadiga, dor de cabeça, nos músculos e nas juntas, tremedeira, calafrios e febre alta são alguns dos efeitos colaterais da minha primeira aplicação de Interferon. O remédio é uma reprodução sintética da enzima produzida naturalmente pelo organismo. Será um dos meus grandes aliados na batalha que começo hoje: uma luta para derrotar o flavivirus, vírus da hepatite "C" que está comendo o meu fígado.
A batalha começou por volta das 19h. Sentindo todos esses efeitos colaterais cheguei a me assustar. A descompensação no meu corpo me deixou descoordenado mental e mecanicamente. Levantar rápido da cadeira quase me leva à "lona", um saco!
A família, ao lado, observava as minhas reações de irritação com essas sensações nunca experimentadas. Me seguem pela casa como sombras, uma coisa engraçada. Nessas andanças sem objetivo definido me sentia como rato em guampa: quanto mais corre mais se aperta!
Uma observação da minha filha, Ana, foi providencial e me fez ver de outra forma esta provação severa que estou passando:

- Pai, se tu que nunca tens nada estás mal assim, imagina esse tal de "flavinho". O bicho deve estar levando um calor!

Tive que rir e imediatamente abandonei a idéia de que estava me sentido mal e passei a imaginar a situação do vírus naquele momento: estava ferrado! Estava levando um aperto que provavelmente nunca tinha experimentado.
Em meio a tudo isso consigo refletir um pouco e tento entender o que se passa com o meu corpo. A situação é paradoxal, tens que "morrer" para viver! Segundo os médicos quanto mais severo os efeitos colaterais dos remédios, são três, maior é a possibilidade de cura.
Bem, esses são os efeitos secundários apenas do Interferon. Temos ainda a Ribavirina que tem outros, mais continuados e duradouros, como a anemia profunda que provavelmente me acompanhará por todo o tratamento. Espero! Pois o nível de anemia indica a maior assimilação do medicamento e seus efeitos "benéficos" no organismo. Ufa!!!!

Custo/benefício
Lembro o dia em que fomos, a Gisa e eu, para a primeira entrevista com a Rochele e com a Dra. Magali. Frente às minhas caras feias a cada efeito colateral descrito pelas profissionais a Gisa, de repente, alegando questão de ordem, saca uma calculadora de sua bolsa e lança a seguinte pérola:

- Canga, diante de 16.790 dias de "sexo, drogas e rock and roll" o que são 180 dias de sofrimento? O custo benefício está totalmente a teu favor. Sobram ainda 16.610 dias de pura alegria! Assim que nem faz cara feia e vamos tocar esse barco.

Existe salvação...
São aproximadamente 2 horas da manhã e a coisa começou a arrefecer. Levei um suador poderoso, daquele que se sente quando a febre já está te abandonando. Sensação legal! Um alívio, finalmente! Foram 7 horas de gemidos e ranger de dentes, um perrengue!
Tomei um banho, e, como deve ter sido dito em um daquele clássicos filmes PB americanos:

- Me sinto bem esta manhã...

A briga recém está começando! Te prepara "flavivirus", que se tu não és fraco, aqui somos muito fortes. Ao meu lado tenho a minha família, meus amigos, o Paulinho, meu grande médico e uma equipe de profissionais fantástica do centro de infectologia do Hospital Nereu Ramos: a Rochele, a Dra. Magali, a Poliana, a Viviane, a Taise, a Andréa e a Sheila.
Além desse dream team, temos o avanço da ciência nas pesquisas que, agora, produz um antiviral que ataca diretamente no DNA do bicho.
Mas, de tudo isso, vou pela Rochele:

- O melhor remédio é ser feliz! A felicidade aumenta a imunidade e representa 50% da cura.

Sejamos felizes então!

Leia também: Figueiredo apresenta a fatura. Pôrra!
Serviço: A hepatite C atinge mais de 500 milhões de pessoas no mundo, e mata 1 milhão por ano. No Brasil, são mais de 1,5 milhão de infectados pela hepatite C, o tipo mais grave da doença. A hepatite C é provocada por um vírus que instala-se no fígado e pode demorar décadas para provocar qualquer tipo de sintoma. Mas, quando se manifesta, é na forma de cirrose ou câncer no fígado, potencialmente mortais.- "Ela é uma doença traiçoeira e silenciosa. Até se manifestar, os pacientes não sabem que ela existe", diz a médica Maria Lúcia Ferraz, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Hepatologia.

Comentários:
Artur Nogueira diz: Caro Sérgio,
Estamos torcendo por vc. Vem aí duas novas drogas que serão disponibilizadas pelos SUS e que certamente, melhorarão e muito a qualidade de vida de pacientes infectados pelo vírus da Hepatite C. Boceprevir e telaprevir associados aos medicamentos já protocolados-ribavirina e Interferon.
Muita fé e paciência nessa hora.A luta continua.
um abraço

Everton: Força Canga !!! É a única arma que temos neste momento!!!

Sandra: Canga, força aí. Nós (teus amigos) estamos juntos nessa corrente e te enviando muita enetgia paraessa travessia durante o tratamento. Abcs

Anônimo: 'Flavivirus, táx ferrado, cara!'

Carlos Ylich:
Olá Rubim,
Não sabia de sua doença. Fico contudo feliz em saber que você está em tratamento e com excelentes perspectivas de melhora.
Seu blog é leitura diária minha e gostaria que soubesses que considero de grande relevância seu trabalho. Não sou um religioso, sou ateu por definição, mas gostaria de dizer que não lhe deixo orações, mas sim sinceros votos de uma completa cura e absoluta melhora.
Att.

Ezequiel Maia:
"Flavinho"? Quem ele pensa que é?Canguita, bom dia, querido!
Em função do corre-corre da campanha, somente agora é que estou botando a leitura em dia...
Antes de mais nada, manda esse tal de "flavinho" a puta que os pariu!
Já dá pra ver e sentir que "esse" merda perdeu a batalha, tamanha é a tua força, otimismo e lucidez....
Sei bem que pimenta no dos outros é refresco, mas estamos juntos e misturados, amigo!
Se precisares de mim, é só ligar, ok?
Agora, coloca a tua mão esquerda no ombro direito, coloca a mão direita no esquerdo, aperta, aperta pôrra... Esse é o meu abraço em ti!

Força e fique com Deus!

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Figueiredo apresenta a fatura! Pôrra!


Sempre gostei de bebidas e festas, em geral. A noite, o dia e a manhã sempre foram os meus tempos preferidos para beber, jogar, conversar com amigos, fazer novos amigos e escutar boa música. A segunda-feira sempre foi a minha preferida. Coisa de profi, dizem.
Sou boêmios desde guri. Nunca deixei barato. Bebia muito, falava muito, dormia pouco e acordava cedo, sempre. Nunca tive ressaca e dor de cabeça não sei o que é.
É claro que em algum momento da vida isso teria uma consequência. Ninguém passa impune por uma vida maravilhosa de festas, bebidas e Rock and Roll. A vida talvez tenha uma pontinha de inveja desses personagens que conseguem extrapolar as medidas normais de pressão e temperatura.

O Bicho
Há alguns anos descobri que tinha Hepatite "C". O bicho estava ali, quieto. É matreiro, silencioso e traiçoeiro. Não deixei barato. Comecei a fazer controle a cada 6 meses. Tenho um "gastro" maravilhoso. Além de gastroenterologista dos bons, é meu "analista". Como falo pelos cotovelos e ele me ouve, está tudo ótimo.
Não foram poucas as vezes que frente à uma bateria de exames que mostravam o meu figueiredo(figueiredo era como o meu querido amigo jornalista, José Antonio "Gago" Ribeiro, alcunhava o poderoso fígado) em perfeitas condições, o meu médico me intimou:

- Canga, vamos parar de beber e começar o tratamento para matar esse virus?

- Aplique a fórmula doutor, dizia eu.

A fórmula eu havia criado. Consistia em calcular, mais ou menos, em quanto tempo o bicholiquidaria o meu figado se despertasse naquele dia. Como o fígado estava preservado, bonitaço, o tempo variava de 20 a 25 anos. Daí então eu optava por continuar a maravilhosa rotina de festas como se a vida fosse acabar amanhã. Daqui há pouco alguma droga nova, mais eficiente e sem os temíveis efeitos colaterais do Interferom/Ribavirina, será descoberta e daí então eu combato o bicho.

Fazia uma biópsia a cada 4 anos para ter certeza de que o vírus continuava latente e o "figueiredo" preservado. Pois agora, dia 3 de abril recebi o resultado da última biópsia e levei um baita susto.

- Desta vez não tem como aplicar a fórmula, me disse o médico.

O bicho tinha acordado e com uma voracidade incrível. Ameaçava o figueiredo como se o mundo fosse acabar amanhã. Mala!

Outra dimensão
Recebi a notícia e foi aquela divisão na realidade. Imediatamente me veio à cabeça um monte de consequências nefastas, para mim, de parar de beber. Toda a minha vida social e profissional é feita em mesa de bar. O meu escritório fica dentro da Kibelândia, o bar mais antigo e tradicional de Florianópolis. O Cangablog é feito ali dentro. Não são poucas as pessoas que recebo ali, diariamente, com informações, documentos e denúncias para colocar no blog. O escritório funciona maravilhosamente bem em meio a amigos, conversas, informações, negócios, alegria e muita cerveja.

Tudo isso teria que mudar! Ou não?

Como sou radical e compulsivo, verbalizei o diagnóstico da biópsia incluindo palavras como cirrose, nódulos e câncer no fígado. O efeito social da notícia foi desastroso. Amigos começaram a ligar e a família, reunida em conselho, decidiu que iria à próxima consulta em bloco. O consultório do Dr. Paulo nunca estaria tão cheio. Um sucesso!

A despedida
Frente à tão sinistra notícia resolvi fazer uma despedida. Tinha decidido parar de beber e começar, finalmente, o tal tratamento para matar o bicho da Hepatite C. Havia chegado recentemente do Chile e a minha adega estava bombando de bons vinhos, fora whiskey e outras bebidas menores. Resolvi que liquidaria com tudo e, então, pararia de beber, embora o tratamento só começasse dali há um mês.
Um churrasco de despedida reuniu a familia - filhos, irmão, genro, neta, alguns amigos e a Gisa - a coisa ia de vento em popa. Paleta de ovelha, porco, choripan, morrones rellenos e bebida a rodo. Lá pelas tantas, de tanto ouvir falar que parar de beber deixa a pessoa irritada, com os nervos à flor da pele, acabei me irritando com uma bobagem qualquer e abandonei a festa em direção à Lagoa da Conceição.
Estava na boca da noite e já me sentia "bonito", leve, livre. A Lagoa estava diferente naquela noite. Mais luminosa...sei lá. Fiz a via-sacra de costume. Encontrei amigos em todos os bares e com todos bebi e me despedi. Acabei na casa do meu querido amigo Gato. No Canto da Lagoa. Cheguei com uma garrafa de champagne e a festa já estava andada. Ficamos numa conversa interminável sobre bebidas, arquitetura, música, viagens - ele havia estado no Chile há pouco - vírus e doenças afins. Foi uma noite muito agradável!

A morte no mercado
Acordei no domingo um pouco mais tarde que o habitual. Senti uma leve pressão...na consciência, fruto da intensa despedida, talvez.
Abri os olhos, olhei para o teto inclinado do meu quarto e entre as várias tentativas de reconstruir o que havia acontecido na noite passada escutei:

- Foi boa a despedida, heim? O Milton ligou preocupado. Quer falar contigo. Era a Gisa enchendo a minha bola de bom festeiro e passando a agenda. Minha amada!

Levantei, fui até a janela e olhei para o dia maravilhoso de sol com o mar do Campeche na frente da minha janela e tive a impressão de que algo havia mudado. Parecia estar em outra dimensão. Mas no fundo, no fundo, acho que era uma ressaquinha mesmo que me dava esta nova visão da vida.

Liguei para o Milton Ostetto, meu querido amigo e colaborador do blog. A conversa foi muito punk! Engraçada!

- Como é que tu estas Canga????!!!!! Perguntou um pouco apavorado.

- Estou bem Milton, mas por que?

- Cara, me falaram ontem no Mercado Público que tu estava doente, muito mal! Tentei falar contigo mas o telefone estava desligado. Fiquei mais preocupado ainda!

Pronto! Haviam me matado no Mercado! Ali é caixão pro Billy! Falei para o amigo que estava tudo bem, que apenas um vírus da "C" havia despertado e que faria alguns exames e começaria um tratamento. Disse, também, que havia parado de beber...há algumas horas. Acho que acalmei-o.

Parar de beber está sendo maravilhoso. Ao contrário do que imaginava, existe vida alegre do outro lado do balcão. Estou mais produtivo, sobra mais grana, a minha conta na Kibelândia chega a ser uma piada. Enquanto meus amigos pagam R$ 15, R$ 20, eu pago R$ 5,00.

A minha maior preocupação era como produzir serotonina sem a pilha do álcool. Essa é minha maior característica. Sou ligado! Movido a grandes doses de serotonina. Bobagem! Se produz ligaçãode várias formas. Mas acho que é importante manter a rotina, apenas tirando o álcool. Continuo trabalhando na Kibelândia diariamente, meus amigos bebem normalmente e nada disso está me chateando, até agora. As caminhadas matinais de 1 hora e meia são uma maravilha e meu filho, Jerônimo, que trabalhou anos em Londres como barman já me preparou um menu de cocktails sem alcool. Um luxo! (arg!)

Resumo da ópera
Bem, a partir daquele domingo não bebi mais, retomei as caminhadas matinais de 9 km, estou diariamente no trajeto Rua da Capela, Av. Pequeno Principe retornando à Igrejinha do Campeche via Pau de Canela. Quem quiser se integrar a caminha da saúde (ehehehehe) será bemvindo com direito a informações sobre o tratamento para matar o bixo. Estou versado sobre o assunto, dou consulta, só não dou receita...ainda.
Ah! Sobre cirrose, nódulos e câncer, nada disso se confirmou. Os exames todos negativaram e apenas o vírus da hepatite "C" cordou. Assim que estou de vida nova pronto para enfrentar um novo desafio bem ao meu estilo.
Tomar bebidas não alcoolicas tem as suas vantagens. Começo logo cedo com um Blood Mary.
Cheers!